Parar de Tomar Ozempic Pode Engordar Duas Vezes Mais o Peso? Entenda o que a Ciência e os Médicos Dizem

Entenda se parar de tomar Ozempic realmente leva a ganhar “duas vezes mais” o peso: evidências científicas, orientações médicas, quando interromper, cuidados essenciais e estratégias para evitar reganho. Informação baseada em estudos e guias regulatórios.
Muitos relatos e manchetes espalharam a ideia de que parar de tomar Ozempic pode fazer a pessoa ganhar “duas vezes mais” o peso que perdeu. No entanto, essa afirmação deve ser entendida com cautela: embora o reganho de peso após a suspensão seja real e bem documentado, a noção de “duas vezes mais” não é um valor padronizado em estudos científicos.
Em vez disso, o que é observado com consistência é que uma parcela substancial do peso perdido tende a ser recuperada quando o medicamento é interrompido sem um plano de manutenção robusto.
O que é Ozempic (semaglutida) e como ele age no corpo
Ozempic é a apresentação injetável da semaglutida, um agonista do receptor GLP-1. Ele age basicamente por três mecanismos:
- reduzindo o apetite e a ingestão calórica;
- retardando o esvaziamento gástrico;
- modulando sinais de saciedade no cérebro.
Enquanto o fármaco está sendo administrado com a dose correta, é comum que o paciente perca peso porque o apetite é reduzido e a ingestão energética é menor. Porém, esses efeitos farmacológicos são dependentes da presença do medicamento no organismo; quando ele é suspendido, a ação direta sobre apetite e esvaziamento gástrico desaparece, e assim o comportamento alimentar e os sinais fisiológicos tendem a voltar ao estado pré-tratamento, salvo se intervenções comportamentais forem mantidas.
O que os estudos mostram sobre reganho de peso após interrupção
De forma objetiva e baseada em evidência:
- Em grandes estudos clínicos controlados (ex.: extensões do programa STEP com semaglutida), foi observado que aproximadamente dois terços do peso perdido foram recuperados ao longo de um ano após a suspensão do medicamento. Em outras palavras, muita perda pode ser revertida se o tratamento for interrompido e não houver plano de manutenção.
- Meta-análises e estudos recentes também mostram que o recuo de peso começa já nas primeiras semanas/meses após a descontinuação e que, em populações agregadas, a tendência é retornar próximo ao peso inicial dentro de 10–20 meses em muitos casos. Contudo, o padrão exato varia por indivíduo.
- Portanto, a afirmação “duas vezes mais o peso” não é respaldada como regra científica; o que é respaldado é que uma perda relevante costuma ser parcialmente ou quase totalmente revertida na ausência de apoio comportamental continuado.
Por que o reganho acontece (explicação fisiológica e comportamental)
De forma sintetizada, o reganho é explicado por três fatores principais:
- Retorno do estímulo fisiológico ao apetite anterior: quando o medicamento sai do corpo, os sinais hormonais e centrais que limitavam o consumo retornam e o apetite aumenta.
- Set-point metabólico e adaptação: o corpo tende a resistir à perda de peso (menor gasto energético em repouso e alterações hormonais), fenômeno já documentado em estudos de perda de peso.
- Ausência de intervenção comportamental intensiva: sem um plano nutricional, exercício e suporte psicológico, o ambiente e hábitos que levaram ao ganho inicial permanecem, facilitando a recidiva.
Em conclusão, o reganho é multifatorial e, portanto, pode ser enfrentado por múltiplas estratégias combinadas.
O que os médicos dizem: abordagem clínica e recomendações
De acordo com diretrizes e especialistas em obesidade:
- A obesidade é tratada frequentemente como condição crônica, e agentes como a semaglutida podem ser considerados terapia de manutenção, similar ao que ocorre em doenças crônicas como hipertensão. A decisão de manter vs. interromper deve ser individualizada.
- Deve ser interrompido imediatamente e procurado atendimento médico se houver sinais de pancreatite, reação alérgica grave, ou se a paciente estiver grávida ou planejando gravidez. A bula e orientações oficiais determinam que a semaglutida seja descontinuada pelo menos 2 meses antes da tentativa de gravidez.
- Além disso, o custo e efeitos colaterais levam muitos pacientes a pararem espontaneamente; contudo, recomenda-se que, se a descontinuação for necessária, seja acompanhado um plano de transição com equipe multidisciplinar.
Quando é certo parar de usar (Sinais claros para interrupção)
A saber, a interrupção deve ser discutida com o médico e é obrigatória em situações como:
- suspeita de pancreatite (dor abdominal intensa e contínua);
- reação alérgica grave (angioedema, dificuldade respiratória);
- gravidez ou planejamento de gravidez — interromper pelo menos 2 meses antes;
- história pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide (MTC) ou síndrome MEN2;
- efeitos adversos intoleráveis (vômitos persistentes, desidratação significativa, perda excessiva sem monitoração).
Fora desses cenários, a suspensão por simples motivo estético ou por custos precisa ser planejada com equipe de saúde, com alternativas e estratégias de manutenção discutidas.
Como parar com segurança (passos práticos recomendados)
- Não suspender por conta própria: toda mudança deve ser coordenada com o médico que prescreveu.
- Avaliação clínica prévia: revisar função pancreática, avaliar sintomas gastrointestinais, checar medicações concomitantes.
- Plano de transição comportamental: intensificar acompanhamento nutricional, plano de exercícios e terapia cognitivo-comportamental. Isso deve ser iniciado antes ou imediatamente após a suspensão para mitigar o reganho.
- Considerar dose de manutenção ou troca farmacológica: em alguns casos, o médico pode prescrever dose de manutenção, reintroduzir posteriormente ou indicar outro agente, sempre com monitoramento.
Cuidados essenciais ao usar Ozempic
- Hidrate-se e relate náuseas/vômitos persistentes; ajuste de dose pode ser necessário.
- Atenção ao risco de pancreatite e sinais sugestivos (dor abdominal intensa).
- Evitar em gravidez: interromper 2 meses antes de tentar engravidar.
- Verificar procedência do produto: houve relatos de compra por canais não regulamentados; sempre usar farmácias confiáveis.
- Monitorar glicemia se o paciente tem diabetes e ajustar insulina/outras medicações conforme necessidade.
Estratégias para reduzir risco de reganho quando interromper
Para que o paciente tenha mais chance de manter os resultados, recomenda-se:
- Plano alimentar estruturado com foco em saciedade (proteínas, fibras) e déficit calórico moderado;
- Treino de força regular para preservar massa magra e metabolismo basal;
- Suporte psicológico para manejo de comer emocional;
- Monitorização frequente (peso, circunferência abdominal) para ajustes precoces;
- Programas de manutenção: estudos mostram que a combinação de intervenções comportamentais reduz a velocidade e magnitude do reganho.
Mitos desmistificados
- Mito: “Parar de Ozempic faz a pessoa engordar exatamente o dobro do que perdeu.” — não há evidência científica que fixe “duas vezes” como regra. O que se observa é recuperação de uma parte substancial da perda, com variabilidade individual.
- Verdade: reganho é comum se não houver plano de manutenção e suporte multidisciplinar; por isso, a decisão de interromper deve ser acompanhada.
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